Sunday, July 02, 2006

Crônicas de uma morte anunciada

Indiferença. Este é o resumo da passagem do Brasil pela copa do mundo. Perder um jogo para França numa fase mata-mata de uma copa do mundo não é nenhum desastre. Mas perder com tamanha indiferença e falta de vontade é difícil de aceitar. Se já era frustante vencer sem brilho, perder sem luta é inadimissível.
Já sabia que seria difícil para o Brasil chegar ao título em uma copa realizada na Alemanha. Já estava preparado para uma eventual eliminação. O problema foi a maneira como as coisas aconteceram.
Fomos uma sombra de uma equipe, um time apático quando dominado e sem alternativas quando era suposto reagir. Pareciam um bando de desconhecidos que foram chamados à jogar na última hora. Um time sem jogadas e sem espírito, típico de uma equipe mal treinada.
A imagem da copa para nós vai ser o Roberto Carlos ajeitando a meia enquanto o França fazia o gol, síntese de uma seleção desinteressada. Achavam que a qualquer momento tudo se resolveria, mas esqueceram que antes era preciso querer. E num desfecho triste, uma série de discursos preparados, como se uma derrota destas fosse uma coisa vulgar. Apenas o espelho de um técnico sem coragem e motivação.
Mas tudo bem, as pessoas passam, e a seleção fica. Ser brasileiro é isso, rir e chorar com nossas vitórias e derrotas, mazelas e virtudes... Está na nossa natureza, somos passionais. Odiamos e amamos o nosso país com todas as nossas forças. E acima de tudo sabemos que quando tivermos a oportunidade, a decepção virará esperança e iremos colorir novamente o mundo com nossas camisas, bandeiras e alegria. Com a absoluta certeza de que seremos os melhores novamente.