Monday, September 11, 2006

O 1º dia dos últimos três anos

Hoje, 12 de Setembro, completo três anos vivendo em Portugal. Como não é possível transcrever tudo que passei neste tempo num post, vou simplesmente escrever sobre o meu primeiro dia em terras lusitanas.

Assim que saímos do avião, sentimos um certo alívio com o calor do sol em nossos rostos, afinal o clima não parecia muito diferente do que havíamos deixado em Recife. Logo em seguida, ao atravessar a pista do aeroporto, mal nos apercebemos do primeiro sinal das mudanças que iríamos encontrar, uma leve brisa fresca veio para aliviar nosso calor e cansaço. Mal sabíamos que a brisa fria, ao contrário do sol quente, faria parte da nossa rotina na cidade do Porto.


Em meio a curiosidade e preocupação em pegar as bagagens, passar por alfândega e controle de passaportes, nos passou ao largo o segundo sinal da mudança. Não nos esperava ninguém no aeroporto, estávamos sozinhos. Eu, Arnaldo e Ermerson havíamos deixado no aeroporto de Recife, família, amigos e namoradas para estudar um ano na Universidade do Porto. Não sabíamos sequer como íamos chegar à residência universitária.

Pegamos um autocarro (ônibus) para a praça da Galiza e descemos a pé até a residência, as rodinhas da minha mala não resistiram e lá vou carregando uma mala enorme no braço e meu mochilão nas costas. Ao chegar na residência D. Pedro V um susto, meu nome não estava na lista de “hóspedes”. O responsável me diz, para minha perplexidade, que nada poderia ser feito, ou seja, eu tinha que me virar. Depois de muito discutir, descobri que erraram na carta enviada a mim e eu deveria ir a outra residência no outro lado da cidade...

Almoçamos num restaurantezinho típico à beira do rio Douro, cozido à portuguesa, numa cave ao lado da despensa, por que não haviam mais lugares no salão. Na TV, notícias sobre as queimadas em Portugal, detalhe, sendo os primeiros contactos com o português falado aqui, não entendíamos nada do que o repórter ou o apresentador diziam :))), tínhamos que ver as legendas....

De táxi eu e Ermerson fomos à outra residência. Enfim, tínhamos acertado. A residência de Paranhos ia ser minha nova casa. E lá estava meu quarto protinho, cama, estante, armário, aquecedor e banheiro, tudo que eu iria precisar pelos seis meses seguintes.

Depois de estabelecidos, compramos uma sopa instântanea (eu ainda não sabia cozinhar) e fomos à cozinha comunitária da residência, e foi aí que comecei a sentir como ia ser a vida na residência. Começaram a aparecer os outros estudantes para nos dar as boas-vindas :))), e aos poucos fui conhecendo alguns daqueles que seriam minha família à partir dali, brasileiros, portugueses, belgas, checas, finlandeses, angolanos, romenas, moçambicanos... Fui logo convidado para a festa africana que haveria lá mais tarde. Passamos a noite bebendo Super Bock (a melhor cerveja de Portugal), comendo pratos africanos e conversando sobre a vida aqui. Como não podia deixar de ser, nada neste dia foi como eu esperava.

Propositalmente prorroguei a hora de dormir ao máximo, para tentar evitar de pensar no Brasil. Sem nenhum sucesso. Antes de dormir estive deitado por muito tempo, num estado semi-consciente de uma mistura de cansaço, ansiedade, saudade e embriaguês, com as lembranças do que ficou e a expectativa do que viria, embalados pelo que parecia ser o balanço da cama combinada com a sensação de que eu estava girando dentro do quarto, sem compreender muito bem se quando eu acordasse eu iria estar na cama que tão bem conhecia ou naquele lugar ainda estranho.

Friday, September 08, 2006

Outdoor Vulcano - Um sábado diferente


Bom, de volta à Portugal... Depois de um fim de semana reorganizando minhas coisas, participei de um dia de esportes de aventura com o pessoal do meu trabalho. Teve rapel, canoagem, arco e flecha, paintball, subida em cordas de exército. Muito fixe :))) (legal).



Friday, September 01, 2006

Reencontros


Bom, depois de ser acusado de estar enrolando no meu próprio blog :), tomei coragem para escrever sobre minhas férias. Em minha defesa digo que as fotos e músicas não foram por acaso. Primeiro pensei “de que adianta falar do pontal de Maraca, se uma foto já diz tanto, ou para quê tentar descrever a queda do véu de noiva se a foto já impressiona, e finalmente, como explicar a beleza de um passeio do Leme até o recreio dos bandeirantes se... Bem, isso nem com fotos se explica.”


Mas no fundo o motivo não foi esse. O mais importante das férias não foram os lugares e sim as pessoas. Foram 20 dias em que fiz tudo para reencontrar aquelas pessoas que estão distantes e fazem falta, claro que não consegui ver todos, mas foram tantas boas surpresas e fui tão bem acolhido que valeu a pena.

20 dias de férias foram como somar 20 anos à minha experiência de vida, tantas foram as novidades, histórias e causos que vi e ouvi. Alguns noivaram, uns tantos se casaram e claro outros se separaram, teve gente que se mudou e quem já voltou, tiveram ainda uns que arriscaram tudo, outros que se aprumaram e aqueles que simplesmente continuam levando... :))), foram muitos filhos de amigos para ver, muitos rostos para rever e novas pessoas para conhecer, histórias bonitas, histórias tristes, ou apenas histórias... Mas no fim saí com a ótima sensação de que todos estão bem. Uns melhores que outros, claro. Mas simplesmente vivendo, e o mais importante, com alegria. Mas o melhor mesmo foi ser tão bem recebido, e saber que para certas coisas, o tempo demora muito mais a passar.
Enfim, talvez em outra oportunidade eu possa falar da excelente noite de Recife, do bairro da Lapa, da trilha que fiz em Bonito ou do pôr do sol em Guaratiba. Mas desta vez tinha coisas mais importantes para lembrar.