Thursday, August 24, 2006

Pernambuco - O Leão do norte

- Pontal de Maracaípe -

- Véu de noiva - Bonito -
"Sou o coração do folclore nordestino
Eu sou Mateus e Bastião do Boi Bumbá
Sou o boneco do Mestre Vitalino
Dançando uma ciranda em Itamaracá
Eu sou um verso de Carlos Pena Filho
Num frevo de Capiba
Ao som da orquestra armorial
Sou Capibaribe
Num livro de João Cabral
Sou mamulengo de São Bento do Una
Vindo no baque solto de Maracatu
Eu sou um alto de Ariano Suassuna
No meio da Feira de Caruaru
Sou Frei Caneca do Pastoril do Faceta
Levando a flor da lira pra nova Jerusalém


Sou Luis Gonzaga e eu sou mangue também
Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte
Sou Macambira de Joaquim Cardoso
Banda de Pifo no meio do Carnaval
Na noite dos tambores silenciosos
Sou a calunga revelando o Carnaval
Sou a folia que desce lá de Olinda
O homem da meia-noite puxando esse cordão
Sou jangadeiro na festa de Jaboatão

Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte"
Lenine e Paulo C. Pinheiro


- Museu de Brenand - Recife -



- Praia de Calhetas -

Tuesday, August 22, 2006

A plataforma dessa estação é a vida desse meu lugar



"Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço
Venha me apertar
Tô chegando
Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
Quando quero

Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar

E assim, chegar e partir
São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida"

M. Nascimento E F. Brant

Monday, August 14, 2006

O Rio de Janeiro continua LINDO !

Baía de Guanabara

Guaratiba

O corcovado e eu


Calçadão de Copacabana

Saturday, August 12, 2006

O Festival de Músicas do Mundo de Sines

Os indianos: Trilok Gurtu & The Misra Brothers

A sensação de ir de um festival de rock no Minho para o festival de músicas do mundo no Alentejo deve ser semelhante a de sair do sertão brasilieiro para o meio do pólo norte. O que era poeira, virou areia; o que eram camisas pretas, viraram camisetas; as caras brancas pintadas viraram rostos bronzeados; e claro, o que era bateria e guitarra, passou a ser percussão e cordas.


Saí sem nenhuma expectativa do que poderia encontrar, e não poderia ter feito melhor. À noite shows espetaculares desde o jazz americano, até o afrobeat africano, passando pela música indiana, num espetáculo do percurssionista Trilok Gurtu que foi o melhor momento dos espetáculos. Ah, a participação brasileira vale a pena destacar. Fomos representados pelo cordel do fogo encantado, que num show performático encantou os tugas, mas não unanimamente claro. Detalhe, os espetáculos eram dentro do castelo de Sines...

Durante o dia, a recuperação da noitada era em grande estilo, afinal o Alentejo tem uma costa privilegiada. Nas redondezas de Porto Covo as falésias e pedras dão o tom (destacadas pelas águas claras). À partir de Melides um areial se estende por trinta quilômetros até Setúbal. Tudo isto com direito a muito sol e brisa refrescante (e não gélida como no norte).

Pire, eu, Vitinho, Ana, Marisa e Rafaela

Enfim, foi a prévia perfeita para as férias, com praia, sol, piqueniques, dormimos ao relento no primeiro dia (com direito a levar susto do trator que limpa a areia na praia), um grandioso jantar alentejano (açorda acompanhada por vinho da região), muito boa música e excelente companhia...

A praia de Porto Côvo

Wednesday, August 09, 2006

Festival de Vilar de Mouros



O grupo estava batizado, a comissão da ONU, éramos um brasileiro, um português, um alemão e uma espanhola. Seguimos então para Vilar dos Mouros, um povoado no extremo norte de Portugal, para nos meter no meio do mato, rodeados por hippies, metaleiros, bichos-grilos e malucos beleza, todos perfeitamente inseridos na sociedade... Sim, essa ironia foi o que mais me fascinou no festival, um evento onde a loucura, como todo o resto, é organizada.
Explicar o clima do festival é tarefa ingrata, afinal estas grandes festas se destacam pelos detalhes, por isso vou tentar passar uma imagem do que foi o festival com umas pequenas passagens.

Cena 1: Dia 1, à entrada do festival. Depois de derrubar alguns finos e uma garrafa de Joi (envenenada com vodka) e eufóricos com a iminência da festa, recebemos a notícia que estávamos na entrada errada, no lado contrário do rio. Para poder trocar os bilhetes, a única solução dada pelos seguranças foi dar uma volta gigantesca por Caminha, que ficava à alguns kilômetros de carro, e a uma hora pelo menos de caminhada. As propostas:
- Miguel Adão (o desenrascanço português) “Ê pá, fazemos assim. Vocês me esperam aqui que eu vou a correr e faço o percurso em meia hora.”
- Eu (o jeitinho brasileiro) “Meu irmão é o seguinte; Eu vou por aqui, atravesso o rio, acho um caminho pela encosta e troco os bilhetes do outro lado.”
- Laura (a sobriedade, em meio à embriaguês, espanhola): “Ma que passa, estam loucos. Tiene que ter outra maneira”
- A lucidez alemã (Andy) “Ê pá, é melhor irmos falar com o rapaz da entrada”
Assim fizemos e resolvemos o problema.



Cena 2: Dia 2, na beira do rio, curtindo uma ressaca. Um senhor (barbudo com cabelão) com sua família toda acampando no festival, começa a contar que tinha ido a todos as 35 edições, exceto a primeira. Eis que chega seu filho todo sorridente.
- Garoto “Pai, olha a pulseira que ganhei.”
- Velhote “Foda-se o pá, pareces uma puta francesa. Deixa de tretas e vai pegar a mortalha (papel para apertar a maconha)”

Cena 3: Dia 3, 11 da manhã cedo na barraca ao lado. Depois de dois dias se alimentando de presunto, queijo, vinho e mais presunto, diversas vezes por dia, nossos vizinhos, dois hippies de meia idade, me vêm com esta.
- Hippie quarentão 1 “Ê pá, comprei um frango pro almoço!”
- Hippie quarentão 2 “foda-se caralho, já temos presunto pra que raio queres o frango? És parvo ou o quê?”

Cena 4: Dia 3, último dia dos shows. Haviam vários casais metaleiros com filhos pequenos lá. O barato era ver a garotada tatuada, com cabelo pintado e curtindo pa valer os shows, inclusive um moleque de uns dez anos com o cabelo punk cantou metade das músicas do soulfly de cima dos ombros do pai (ainda por cima fazendo o sinal punk com as mãos). Mas o que mais me chamou a atenção foi um casal que brincava com os dois filhotes, dois sacos cama e um lençol na noite mais heavy metal do festival. Eles rolavam pela poeira, todos imundos, e no meio disto tudo ainda se via o pai curtindo imenso o show :))))).


Ah, o festival... Os melhores momentos.
- Chutos e pontapés: Excelente. Um show agradabilíssimo. A relação com o público é visceral, me contagiou... Eles são parte da família de todos os portugueses.
- Iggy pop: Que energia impressionante, ainda mais com cinqüenta anos. Não me interessa quantos quilos de droga ele precisou consumir, o cara sabe fazer um bom show. Ele desceu ao público (para o pânico dos seguranças), depois puxou uns malucos ao palco e não parou um minuto. Muito bom!
- Soulfly x Sepultura: Mais vale um cavaleira no vocal do que dois tocando... Uma presença de palco fenomenal e ainda uma palhinha na percursão (que poderia ser maior). E olha que heavy meatl não é, por assim dizer, meu estilo preferido.