Saturday, February 03, 2007

Liverpool e os Beatles

“Let me take you down ‘cause I’m going to Strawberry fields”… Quando se coloca os pés no aeroporto já se percebe que você não está numa cidade qualquer, as paredes estão enfeitadas com letras de música, a entrada está um enorme submarino amarelo e no sagüão uma estátua de uma figura esguia com uns óculos redondos... Ah, o nome do aeroporto é Liverpool John Lennon airport :))))....
Nada mais justo, por que fica difícil imaginar o que seria de Liverpool sem os Beatles, pelo menos do ponto de vista turístico. Liverpool é indubitavelmente decadente. Prédios e fábricas abandonados, ruas esquisitas, prédios históricos mal cuidados. A cidade em si tem poucos atrativos, alguns prédios antigos, uma bonita zona protuária recuperada para ter um ar moderno e cultural (Albert doc) e a impressionante catedral de Liverpool, a terceira maior da Europa. Esta vale a pena comentar. Primeiro é interessante o contexto, essa catedral anglicana fica a poucos quilômetros da catedral católica que também é enorme e foi construída na mesma época, numa disputa de imponência que os católicos acabaram saindo perdendo.
Depois vale ressaltar a beleza. Uma beleza diferente, meio sombria. Quando passamos por ela estava escurecendo e a igreja com suas paredes enegrecidas parecia que ia desapercendo no breu, dava para se ver algumas luzes acessas lá dentro por uma ou outra das janelas esverdeadas, em volta um parque enorme recheado de árvores antigas sem folhas (por ser inverno) com vários recantos escuros e esquisitos e muitos corvos sobrevoando (corvos mesmo). Quando acabamos de comentar como o lugar era sinistro, vimos que no parque haviam várias pessoas fazendo cooper, mas claro, resguardados por um carro da polícia e vários policiais pelo lugar.


Mas quando se entra no clima da Beatlemania é que o lugar encanta. Não que eu seja um enorme fã, mas Fabi que é louca por eles me colocou no clima, contando histórias, repetindo várias vezes as músicas e pela própria empolgação de estar lá. E é mesmo um prato cheio. Encontra-se lojas e cartões com os Beatles em todo lado, assim como estátuas e homenagens, passa-se pelos pubs que eles freqüentavam (nós fomos no esquisito The Grapes e no excelente Jacaranda club) e, pasmem, tem até um enorme yellow submarine sobre quatro rodas circulando pela cidade :))))).

O museu vai te contando a história deles cronologicamente, é como se você fosse revivendo cada passo da banda desde o dia que se conheceram. Vai passando pelos primeiros shows no Cavern Club, depois as inspirações para as músicas mais famosas, a loucura dos fãs e claro o progressivo distanciamento. A sala mais impressionante é a da foto, você entra e está tocando imagine, as luzes vão se apagando as cortinas se movem como que ao vento e a foto fica em destaque... E olha que a música já era suficiente...
Nós achamos pouco e fomos fazer o passeio do “Magic mistery tour” :)))), que é mais interesse pros tietes. Mostra-se a casa de cada um deles na infância, a escola do John, George e Paul o pátio da igreja onde eles se conheceram... Mas mesmo para quem não é tão Beatlemaníaco é emocionante conhecer Penny Lane (sim, com o barber shop, o roundabout e o banco na esquina), Strawberry Fields e o inevitável final no Cavern Club (onde os Beatles tocaram mais de 200 vezes). Mas o melhor é passar por cada um destes lugares e ir escutando as histórias e curiosidades. Enfim, Liverpool é uma cidade que vive os Beatles e te faz viver também, e sabem tirar muito proveito disso. Isso por que, como é comum na Europa, eles sabem valorizar o que tem de bom.


The Cavern Club


A roundabout de Penny Lane, ao fundo o barber shop...


A despedida. De volta ao Liverpool John Lennon Airport...

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